HomeNotíciasAnimais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore | Crítica

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore | Crítica

Filme chega nos cinemas brasileiros no dia 14 de abril.

Dumbledore vs Aurélio
Divulgação

Classificação:

Nota: Bom

Mais um capítulo na grande história que sua franquia explora como predecessor e derivado do mundo de Harry Potter, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore chega nos cinemas brasileiros no dia 14 de abril com uma missão grande e trabalhosa: o terceiro filme da franquia, que volta a ser comandado por ninguém mais, ninguém menos que David Yates, precisa reparar os erros do seu antecessor, dar respostas ao público sobre questões deixadas em aberto e fazer com que sua narrativa dê continuidade a uma trama cujo final já sabemos e esperamos… a grande batalha entre Albus Dumbledore e Gellert Grindewald.

- publicidade -

Mas, para chegar a esse aguardado e grandioso momento, primeiro é necessário que a narrativa leve os espectadores por mais alguns acontecimentos para que sua linha do tempo faça sentido. E para isso, Os Segredos de Dumbledore faz um bom trabalho.

A trama de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

Dumbledore vs Grindelwald
Divulgação

Ambientada algum tempo após o final de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore encontra o professor de Hogwarts se preparando para deter o poderoso mago das trevas por quem uma vez se apaixonou.

No entanto, por conta de um pacto de sangue feito em sua juventude – sendo assim, incapaz de enfrentar Grindewald (Mads Mikkelsen) sozinho -, Albus (Jude Law) conta com uma equipe formada e liderada por Newt Scamander (Eddie Redmayne), para embarcar em uma nova missão perigosa que envolve novas criaturas, confrontos e revelações.

- publicidade -

Confira a sinopse oficial do filme:

“O professor Alvo Dumbledore sabe que o poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald está se movendo para assumir o controle do mundo mágico.

Incapaz de detê-lo sozinho, ele confia ao magizoologista Newt Scamander para liderar uma equipe intrépida de bruxos, bruxas e um bravo padeiro trouxa em uma missão perigosa, onde eles encontram animais novos e antigos e entram em confronto com a legião crescente de seguidores de Grindelwald. Mas com as apostas tão altas, por quanto tempo Dumbledore pode permanecer à margem desses acontecimentos?”

Melhor que seu antecessor, o roteiro ainda não aproveita todo o potencial da sua trama

animais fantásticos os segredos de dumbledore - grindewald cena
Divulgação

Com tantas pontas soltas e problemas para resolver (que foram deixados pelo seu antecessor), e também uma narrativa para ser continuada, o roteiro de Animais Fantásticos: O Segredo de Dumbledore conta com uma adição inédita em relação aos primeiros filmes da franquia: esse é o primeiro projeto dos três que conta com o retorno de Steve Kloves, roteirista de vários ilmes a franquia Harry Potter, para escrever e desenvolver a trama ao lado de J.K. Rowling.

- publicidade -

Talvez seja sua experiência com a adaptação dos outros títulos do mundo bruxo, ou até mesmo uma familiaridade em tratar da história em um formato cinematográfico, a adição de Kloves é o principal motivo pelo qual o novo filme da franquia Animais Fantásticos ganha em relação ao anterior…o roteirista consegue trazer uma certa fundação e familiaridade para a trama que realmente nos permite acreditar que, além da mágica, essa história se passa no mesmo universo que o mundo fantasioso de Harry Potter.

Não somente isso, também é importante ressaltar que o ritmo da história (mesmo que mais lento em seu primeiro ato), assim como a dinâmica entre os personagens e, por consequência, o envolvimento do público em relação à narrativa, encontram uma melhora.

Porém ainda existem ressalvas.

Dos pontos negativos envolvendo o roteiro, é preciso mencionar que muitos dos conflitos criados ao longo da trama de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore encontram soluções um tanto quanto rasas e fáceis. Essas sub-tramas, chamaremos assim, acabam sendo desenvolvidas rápido demais e, em alguns momentos, até desviam a atenção do espectador do que realmente importa: o confronto principal do filme.

Assim, por consequência, essas mesmas “sub-tramas” acabam não aproveitando o potencial de alguns personagens – isso também inclui o uso de alguns Animais Fantásticos como um recurso para a narrativa. E não se enganem… as propostas que foram apresentadas por essas narrativa são deveras interessantes e talvez deixariam o filme ainda melhor se fossem exploradas de outra maneira.

Voltando para a narrativa principal…

Diferente dos dois primeiros títulos, o terceiro longa de Animais Fantásticos volta a explorar esse cenário mais adulto e sombrio do mundo bruxo com uma temática voltada para política – inclusive envolvendo os Ministérios da Magia de diversos países, como a Alemanha (cujo ministério os fãs vão conhecer) e o Brasil.

Acontece que o mundo bruxo está em em cenário de eleições enquanto a Confederação Internacional dos Bruxos tenta escolher o seu próximo representante: a disputa é entre o chinês Liu Tao, vivido por Dave Wong, e a brasileira Vicência Santos, nossa ilustre Maria Fernanda Cândido.

E é nessa escolha de temática que Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore ganha, mas também perde…Vou explicar.

Com um cenário político apresentado aqui e um paralelo um tanto quanto interessante se levarmos em conta os acontecimentos do mundo real, o mais recente filme da franquia Animais Fantásticos acerta em cheio ao encontrar seu tom para esse capítulo.

Enquanto Gellert Grindewald coloca seu plano em ação da maneira mais pública possível para conquistar mais apoiadores, Albus Dumbledore se move pelas sombras, agindo silenciosamente e contando com a ajuda dos seus aliados para tentar deter o mago das trevas e impedir que o mesmo ganhe mais poder dentre a comunidade mágica.

Nesse sentido, a construção narrativa em relação ao grupo liderado por Newt Scamander (Eddie Redmayne) realmente funciona como o alívio de “respirar ar fresco”RowlingKloves optam por uma abordagem diferente, assim como nossos heróis – que agem seguindo as instruções de Dumbledore. E é nessa hora que o espectador começa a se divertir e se envolver na história, seja com a oportunidade de revisitar esse mundo mágico ou dar boas risadas com situações do filme.

No entanto, mesmo que a narrativa política seja bem destrinchada e visitada ao longo do roteiro (ainda mais quando alinhada com os planos de Grindewald), a resolução desse arco acaba por ser extremamente fraca e, francamente, é algo que teve seu potencial totalmente desperdiçado.

Ainda estou tentando entender se esse potencial foi deixado de lado simplesmente por ser um recurso narrativo para mover mais uma peça de xadrez em uma história bem maior (mesmo que, por fim, acabe por ficar sem tanta importância) ou se a causa real para tudo isso foram justamente os objetivos de “tapar todos os buracos” deixados na narrativa e responder perguntas deixadas em aberto.

Bom, de qualquer forma, é isso que o espectador recebe: respostas.

E para isso, o novo filme da franquia Animais Fantásticos acerta mais uma vez ao focar nos seus personagens, suas conexões e utilizá-los como recurso para expor explicações aos espectadores.

Rostos novos e antigos se juntam para contar mais um capítulo da franquia

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
Divulgação: Warner Bros. Pictures

Seja pela oportunidade de ver grandes bruxos como DumbledoreMinerva mais novos, rever rostos (agora) familiares ou conhecer novos personagens, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore acerta muito em voltar o foco ao seu núcleo principal: os relacionamentos entre seus personagens e suas dinâmicas ao longo do filme.

Começando pela dupla principal da narrativa: Albus Dumbledore Gellert Grindewald, seria impossível falar dos personagens sem notar que todas as melhoras em relação à dinâmica dos personagens se devem aos atores Jude LawMads Mikkelsen, que dão vida aos personagens mais novos no cinema, respectivamente.

Os mesmos trazem uma nova dimensão para o entendimento do relacionamento dos dois e há uma clara diferença na abordagem de Mikkelsen em relação ao mago das trevas – uma que é extremamente positiva e de grande destaque.

Quando juntos em uma mesma cena, somente uma troca de olhares entre os dois conta mais da sua história juntos – algo que se acentua mais quando vemos o olhar profundo e distante de Law quando ele interpreta o grande bruxo. Existe uma tensão entre os dois, o peso de um passado compartilhado e a realização de que, agora, ambos estão em lados opostos.

Inclusive, é necessário destacar que, além da atuação, isso só acontece por conta do roteiro – que, pela primeira vez na franquia Animais Fantásticos, deixa claro que os dois tiveram um envolvimento muito maior e sua relação era muito mais do que apenas um flerte.

E, se por conta de um Pacto de Sangue, um não consegue se mover contra o outro, é em um grupo de aliados que Dumbledore vê uma saída para tentar deter Grindewald.

Dessa vez, Newt Scamander (Eddie Redmayne) lidera um grupo que conta com a seguinte formação: sua indispensável e divertida assistente, a bruxa Bunty (Victoria Yeates), um bruxo francês, Yusuf Kama (William Nadylam), a professora Eulalie “Lally” Hicks (Jessica Williams), seu irmão e Auror, Theseus Scamander (Callum Turner), e o corajoso padeiro trouxa Jacob Kowalski (Dan Fogler).

Mais um ponto positivo, esse grupo consegue entregar uma dinâmica muito divertida e por vezes leve em meio ao período sombrio em que os personagens se encontram e o destaque vai para um Newt mais presente. Seja quando aparecem todos juntos ou separados em grupos para seguir as instruções dadas pelo grande bruxo, a primeira “Armada de Dumbledore” se mostra indispensável para o desenvolvimento da narrativa – mesmo que, para isso, alguns personagens tenham ficado mais de lado do que outros nesse projeto.

Seguindo para o lado oposto, o de Grindewald, o roteiro deste novo Animais Fantásticos também volta a explorar duas narrativas que foram “plantadas” no filme anterior: o desenrolar da história de Queenie Goldstein (Alison Sudol) após a mesma se juntar ao grupo do mago das trevas e a continuação da história de Credence Barebone (Ezra Miller) – principalmente o seu envolvimento com a família Dumbledore.

Sobre os dois, não vou dar muitos detalhes, mas posso dizer que ambas as tramas são mais exploradas e ambos tem uma troca interessante em tela. Porém, o destaque aqui vai mesmo para a história de Credence – que ganha muito mais sentido depois das revelações entregues no filme.

Para encerrar o papo sobre os personagens, não poderia deixar de falar sobre Vicência Santos. Apesar de ter um papel pequeno em meio a tantos acontecimentos, a presença da brasileira é fundamental para o desenvolvimento da narrativa explorada no filme. Fica um gostinho de “quero mais” quando o assunto é o Ministério da Magia dos Estados Unidos do Brasil.

Um diretor familiar e uma fotografia digna para o mundo bruxo

Animais Fantásticos Os Segredos de Dumbledore - Hogwarts
Divulgação

Dando uma passada rápida em relação ao diretor, David Yates, é um alívio ver que suas escolhas (trabalhadas em conjunto com um roteirista experiente) elevam a narrativa e tom deste capítulo da franquia Animais Fantásticos. Além disso, a escolha de fazer mais referências à franquia original também foi um acerto, já que as pequenas menções ao amado mundo mágico vão agradar aos fãs de Harry Potter.

Visualmente, o filme está lindo!

Seja no retorno para cenários familiares ou a exploração de novos lugares, os fãs realmente vão sentir que estão “voltando para casa” e para esse mundo mágico. Trabalhado paralelamente com efeitos especiais, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore segue apresentando a grandiosidade desse universo além das paredes de Hogwarts e convidam os espectadores a conhecer mais sobre o mundo mágico – seja com novas criaturas ou locações.

Afinal, vale a pena assistir Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore?

Dumbledore e Fawkes em Animais Fantásticos 3
Divulgação

De maneira simples e direta, a resposta é sim!

Seja somente por ser fã do mundo mágico e ter a oportunidade de retornar a ele ou o fato de que muitas perguntas são respondidas neste filme, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore está caminhando para uma melhora significativa da franquia – inclusive em sua escolha de trazer Mads Mikkelsen para substituir Johnny Depp. Com muito mais acertos do que erros, o filme consegue se redimir em relação a tantos furos do anterior mas vale alertar que não vale a pena ir com expectativas MUITO altas.

Além disso, agora estamos realmente caminhando para a grande batalha entre DumbledoreGrindewald e, assim como Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1, esse filme funciona como um recurso narrativo para dar continuidade à essa história e conectá-la, não somente no universo Potter de uma maneira mais assertiva, mas também em sua própria franquia: ele acaba despertando um novo interesse em relação ao que está por vir e como a narrativa será desenvolvida após os acontecimentos finais vistos aqui.

Talvez o estúdio tenha (finalmente!) encontrado seu caminho ao perceber que o roteiro realmente precisava ser desenvolvido por alguém mais experiente com adaptações cinematográficas, como Steve Kloves, do que somente a escritora dos livros, J.K. Rowling.

E assim, de volta aos trilhos, a franquia Animais Fantásticos parece estar se preparando para elevar sua qualidade e apresentar, da maneira certa, o grande confronto que acabou por estabelecer Albus Dumbledore como o maior bruxo de todos os tempos.

Assista ao trailer de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

Confira também: Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore ganha novo vídeo de bastidores

Não deixe de acompanhar todas as notícias diárias sobre filmes e séries das suas franquias favoritas no Universo Sagas. Aproveite também para seguir a nossa conta no instagram.

Conteúdo relacionado
Amanda Vizagre
Amanda Vizagre
Apaixonada por cinema e interessada nos bastidores e curiosidades por trás de filmes, games e séries, se formou em Rádio, TV e Cinema em 2017. Seu jogo favorito é The Last of Us e dentre seus títulos favoritos estão as séries 24 Horas, Friends e Bones; a saga Harry Potter; e a animação Avatar: A Lenda de Aang.
Últimos Textos
- Advertisement -